1994. O Fluminense participava de mais um campeonato carioca de futebol. Luis Henrique veio do exterior como grande promessa de título para o tricolor. A este se associavam Mario Tilico e Ézio. Mas o Fluminense morreu na praia e, na final com o Vasco, perdeu a decisão por 2x0.
Veio então o Brasileirão e o Fluminense faz uma campanha modesta, terminando em 15 lugar, atrás do arquirrival Flamengo.
A tristeza era total, associada a uma decepção imensa. O Tricolor já ia para dez anos sem qualquer título.
O Fluminense precisa de uma nova contratação, um jogador vitorioso, com títulos em seu currículo, que sacudisse o clube e tivesse carisma.
Descansando em Búzios, após o Brasileirão de 1994, mas já esperando encerrar a carreira, estava Renato Gaúcho. O Fluminense foi atrás dele e acabou contratando-o para o Carioca de 1995.
Após início modesto, amargando até uma derrota para o Madureira em sua estreia, Renato e o Fluminense foram se firmando. Jogador voluntarioso e de personalidade forte, fez o Fluminense crescer a cada rodada até chegar a final contra o Flamengo.
O Rubro-negro chega até a final com um time muito forte. Contratara Romário, no auge da carreira após a Copa de 1994, ainda tinha Sávio "voando" e Branco.
Na partida, o Fluminense saiu na frente e abriu 2x0 no primeiro tempo. Mas, empurrado pela torcida, o Fla diminui com Romário. Logo depois, Marquinhos empatou o jogo. Festa da torcida Rubro-negra, que já via o seu time encaminhar-se para mais um título, lembrando que o Flu teve dois jogadores expulsos: Sorlei e Lira.
Mas os deuses do futebol tudo mudam. Com a torcida do Flamengo já comemorando, Ailton abriu uma brecha no ataque, entortou Charles Guerreiro, chutou e... GOL!!!
Delírio, alucinação, choro: o Fluminense passara a frente. Logo após, o apito final do juiz: Fluminense campeão!!!!
Mas uma surpresa do futebol que quase ninguém viu no lance: Renato colocara sua barriga no chute de Ailton para o gol. A bola bateu no corpo do atacante, mudou sua trajetória e estufou as redes. Sem a "barrigada", a bola iria para fora.
E se Renato não fosse contratado? E se a barriga do jogador não estive na trajetória do lance? Com a palavra, os deuses do futebol.